sexta-feira, 2 de junho de 2023

130º Concílio Diocesano em Santo Antônio da Patrulha


O 130º Concílio da Diocese Meridional vai acontecer no dia 3 de junho na Paróquia São Mateus, em Santo Antônio da Patrulha.

Tema: Acolher, Servir, Testemunhar, Reconciliar!

Lema: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não nossa” (2 Coríntios 4.7)


quarta-feira, 27 de abril de 2022

Ascensão hospeda o 129º Concílio Diocesano




No dia 30 de abril a Diocese Meridional, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil realizara o 129º Concílio Diocesano, que será hospedado pela Paróquia da Ascensão. Foram dois anos sem assembleia conciliar de forma presencial. Em 2020 não teve concílio e em 2021 ocorreu de modo virtual.
Neste ano o Concílio terá como tema "Reconstrói minha igreja" e a frase bíblica adotada por lema é “Vão para onde as águas são mais profundas e lancem as redes para pescar” (Lucas 5.4b).
A escolha do tema faz referência aos 100 anos de construção do templo da Ascensão, a paróquia que sedia o Concílio. Também se refere ao novo momento que a Igreja vive. Após o tempo de isolamento social com a pandemia é preciso reconstruir a vida comunitária. E o que vivifica a Igreja é a missão, por isso, o lema retirado do Evangelho segundo são Lucas 5.4b, desafia as comunidades para que "vão para onde as águas são mais profundas e lancem as redes para pescar”.
A Paróquia da Ascensão, que sedia o concílio, foi criada no dia 7 de agosto de 1916 e iniciou a construção da igreja em 13 de dezembro de 1921, onde celebrou o primeiro culto no Domingo de Páscoa do dia 16 de abril de 1922. E a cerimônia oficial de consagração do novo templo foi realizada um ano depois, durante um concílio, no Domingo da Ascensão, dia 10 de maio de 1923.
Por isso, neste ano de 2022 a Comunidade da Ascensão vem dedicando um período especial, entre o domingo de Páscoa e a festa da Ascensão do Senhor, para celebrar os 100 anos de construção da igreja.
E durante todo este ano a Paróquia quer dedicar esforços em favor da restauração do templo centenário, que precisa de uma reforma geral em seu telhado, entre outros reparos. A Ascensão é uma igreja sempre em missão para cuidar e zelar pela vida das pessoas que são templos do Espirito Santo de Deus.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Abraço Negro - Pastoral Afro da Diocese Meridional


O Abraço Negro - Pastoral Afro da Diocese Meridional responde à decisão do último Sínodo Geral da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (Brasília, junho de 2018), que assumiu a Década de Afrodescendentes (2015-2024) – declarada pela Organização das Nações Unidas (ONU) – como pauta prioritária na IEAB.

O Abraço Negro tem parcerias com o Centro Ecumênico de Cultura Negra (CECUNE), com organizações de Mulheres Negras do RS, e tem estreitado o diálogo inter-religioso com outras tradições cristãs e suas pastorais afro, bem como com tradições de matrizes africanas.

O diálogo com quilombolas e povos indígenas é também uma das ações da Pastoral, que se propõe a fortalecer o conceito de "Igreja Segura" também para esses grupos em grave situação de acúmulo de vulnerabilidades.

Todas as atividades da Pastoral são educativas e têm como principal pressuposto teórico a Hermenêutica Bíblica Negra, buscando instrumentalizar lideranças para o enfrentamento ao racismo.


OBJETIVO GERAL:
Implementar ações de enfrentamento ao racismo na Diocese Meridional, a partir do diálogo inter-religioso com as tradições de matrizes africanas, afro-brasileiras e indígenas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1. Capacitar as Paróquias Anglicanas de Porto Alegre (inicialmente) para a promoção do respeito à diversidade religiosa e práticas não racistas;
2. Aproximar a prática pastoral da vida de pessoas e comunidades negras (quilombos, movimentos negros, feminismos negros, comunidades de Terreiro, Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros etc.); e de povos indígenas;
3. Promover espaço de acolhimento e promoção do respeito às diversidades étnico-racial e religiosa.










PERSPECTIVAS PARA 2020
Além de seguirmos com a linha de atuação PARCERIAS E FORMAÇÃO, com a ampliação da equipe de coordenação de 02 para 10 lideranças negras diocesanas, atuaremos também com:
Memória – História – Acervo;
Marcos Legais;
Projetos e captação de recursos;
Arte e Cultura;
Secretaria;
Imigração e Migração.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

sábado, 4 de maio de 2019

Carta Pastoral ao 127º Concílio Diocesano


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Carta Pastoral ao 127º Concílio da Diocese Meridional da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil – Paróquia da Ressurreição  – 03-05 de maio de 2019
Tema: "IGREJA: VIDA E COMPAIXÃO”  
Lema: “Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber” (João 4.7b) 

Queridas irmãs e irmãos em Cristo, 
Graça e Paz da parte de Deus, Nosso Pai Materno, e de Nosso Senhor Jesus Cristo: 

1.O tema e lema deste 127º Concílio da Diocese Meridional convidam a ser igreja com a perspectiva de Jesus compassivo. Compassivo porque olha com amor para aquelas pessoas vivem sob o peço da discriminação e do preconceito. Se lermos o final da passagem de onde extraímos o lema deste Concílio, isso fica claro na reação dos discípulos homens diante do diálogo entre Jesus e a mulher: “E nisto vieram os seus discípulos, e maravilharam-se de que estivesse falando com uma mulher; todavia nenhum lhe disse: Que perguntas? ou: Por que falas com ela?” (João 4.27). Jesus interfere na realidade da mulher samaritana e no pensamento preconceituoso de seus seguidores. Em outra passagem do mesmo Evangelho os religiosos conservadores de Jerusalém o acusam dizendo: “Não dizemos nós bem que és samaritano, e que tens demônio?” (João 8.48). Assumir esta passagem do Evangelho segundo São João como tema e lema deste Concílio é nos colocar no lugar da samaritana! Queremos ser uma Igreja de Vida e Compaixão? Queremos realmente ser a Igreja de Mulher Samaritana?  

2.Jesus inicia a conversa à beira d e um poço que era uma referência importante para a fé do povo samaritano. Ali encontra uma mulher que ia meio dia tirar água para não ser vista e censurada. É ele que toma a inciativa, dizendo: “Dá-me de beber” (4.7b). Estaria Jesus sendo compassivo ou testando a sua “superioridade” ao “mandar” a samaritana lhe dar água? Jesus esperaria que a mulher, “calada” e “submissa”, apenas retirasse água lhe desse? A compaixão – como impulso de ternura para com a pessoa que sofre – fica clara quando a mulher o questiona: “Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?”. Como reagiria Jesus se, como esclarece o Evangelho, “os judeus não se comunicam com os samaritanos” (João 4:9)?  Reage com compaixão superação os preconceitos - o ódio de gênero, o desprezo étnico e religioso – e abrindo uma nova perspectiva de vida: “Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: ‘Dá-me de beber’, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva” (João 4.10). Compaixão e vida derrubam esse muro que excluía a mulher (por ser mulher e samaritana)! Jesus a trata sem distinção, sem julgamento, sem categorização. Ela tem direito a essa água vivificadora. Queremos ser essa Igreja da Mulher Samaritana, onde se vivem em relação de compaixão e vida com quem sofre a discriminação, o preconceito, a exclusão, a violência e a injustiça? 
3.As igrejas nem sempre fizeram o que fez Jesus. Muitas vezes agiram – e agem - como aqueles religiosos conservadores de Jerusalém: rejeitando pessoas, desconsiderando-as, e acusando-as de 
“endemoniadas” ou “doentes”. Ou, ao exemplo dos seguidores de Jesus, se omitem por medo a perguntar, “por que”?  A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil tem se assentado à beira do Poço quando se permite agir compassivamente diante da luta aguerrida das mulheres por dignidade, justiça, contra a violência de gênero; quando se soma ao apelo de acessibilidade e cidadania das pessoas com deficiência, quando se faz presença amorosa, compassiva e desafiadora junto as pessoas LGBTI+, quando denuncia o genocídio do povo negro e indígena e todas as formas de racismo,  quando se opõe a  um sistema econômico, político e social construído - desde o Brasil colônia - sob a base da escravidão, do extermínio, da exploração das pessoas e da destruição da natureza. É isso que faz que nossa fé interior em Jesus se traduza em compaixão e vida, não apenas para as pessoas próximas e parecidas a nós que já estão na Igreja, mas em relação a todas as pessoas, muitas das quais antes não tinham nem coragem de entrar numa igreja. Quantas mulheres samaritanas ainda esperam se encontrar com Jesus através de nossa igreja? Onde está nosso Poço de Jacó? 

4.O caminho do Poço de Jacó, dos diálogos com a mulher samaritana, pode gerar reações contrárias, desrespeitosas, odientas. Podem nos chamar, entre outras coisas, de igreja “endemoniada”, como fizeram os religiosos conservadores com Jesus. Mas isso não impediu Jesus, e não impedirá de seguir aprendendo com as vozes e as vidas de quem antes vivia o silêncio forçado. Nada disso fez com que Cristo deixa-se de oferecer “água viva”! Da mesma forma vejo essa água começar a brotar entre nós. 
Vejo um renovado entusiasmo em assumir a identidade anglicana por pessoas jovens e adultas, com 43 pessoas confirmadas e recebidas neste ano. Vejo água viva na solidariedade que, conforme o relatório parcial levantado pela nossa Secretária de Ação Social, mais de 1600 pessoas estão sendo atendidas por projetos sociais (nossos ou em parceria). Vejo água viva em novas iniciativas de compromisso com a ecologia, com a saúde integral, com a economia solidária, com a cultura surda, com a qualidade de vida de pessoas com deficiência, com o amparo a pessoas em situação de rua. Vejo água viva em nossa formação teológica e pastoral, como diocese e como área provincial, buscando nos capacitar para um diálogo mais qualificado com a sociedade e todos os desafios que nos apresenta. Vejo água viva nos movimentos que mantém e renovam nossa fé pessoal, como o Cursilho de Cristandade e o Mutirão de Avivamento. Vejo água viva em novos espaços de diálogo como o da Pastoral da Diversidade n Catedral e do Projeto “Abraço Negro” - formulado pela nossa nova clériga, Revda. Dra. Lílian Conceição. Vejo água viva nos projetos da Oferta Unida de Gratidão. Vejo também água viva no plano de sustentabilidade do Lar, acompanhado pelo Conselho Diocesano (com muita intensidade e comprometimento). Vejo água viva nos encontros de formação administrativa e financeira. Vejo água viva na parceria com Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos que, além de nos apoiar no Estudo da Bíblia, assumiu, este ano, parte de nossa Ação entre Amigos. Vejo água viva nos grupos de teatro, música, canto, nas caminhadas ecológicas, projetos formação em Direitos Humanos da UJAB, nas novas iniciativas da UMEAB, no Plano Estratégico Diocesano e na Política Diocesana de Comunicação - que junto ao Devocionário Sementes - buscam nos unir cada vez mais numa ação e numa espiritualidade missionária e transformadora. Certamente, ainda poderemos ver muito mais, porque há mais do aqui foi mencionado. Estamos sendo uma Igreja de Vida e Compaixão, mas ainda podemos ser mais e melhor.  

6.Para sermos esta Igreja da Mulher Samaritana, Igreja de Vida e Compaixão, Igreja que leva a Jesus fonte de água viva, teremos que continuar a assumir o nosso lugar junto ao poço. Temos que nos dispor cada vez mais a participar de diálogos abertos, francos, construtivos e empoderadores. Temos que cada vez nos ver na perspectiva da mulher samaritana. Temos cada vez mais que descobrir em Jesus o acesso a água viva para todas as pessoas! Teremos que assumir em nossos planejamentos comunitários o que já está formulado na Missão que será apresentada no Plano Estratégico 
Diocesano:  “Proclamar o Evangelho de Jesus Cristo, promovendo a dignidade humana de forma acolhedora, inclusiva, profética e solidária”. Teremos que nos lembrar em nossa ação cotidiana como comunidades de fé, da Visão de “Ser uma Igreja Diocesana dinâmica, segura, sustentável, que vive a Missão de Deus”. Agora temos o desafio de - como fez a mulher samaritana após encontrar a fonte de água viva - nos transformar em agentes de superação do medo, do ódio e da exclusão. Precisamos deixar Jesus agir em nós. Precisamos nos permitir sentir a comunhão na união de nossas mãos que dão e recebem. Precisamos buscar com Jesus a alegria de cada encontro e o prazer de cada abraço. Precisamos viver com Jesus a coragem e a generosidade da partilha do que somos e do que temos (sempre em gratidão pelas inúmeras bênçãos recebidas). Estamos fazendo isto? Que bom porque Jesus está em nós, e o Espírito Santo de Deus, a Ruáh Divina, nos anima. Continuemos, ampliemos, incluamos! 

7. Uma Igreja de Vida e Compaixão, que dá de beber da fonte da água da vida, é uma Igreja libertada e liberadora, transformada e transformadora, comprometida e comprometedora, que se descobre em cada pessoa e que cada pessoa descobre dentro de si, sendo parte dela como instrumento divino.  Não estamos dizendo que o desafio de ser esta Igreja seja fácil, nem simples. Mas, é Jesus que vem ao nosso encontro e nos diz, mais uma vez: “Dá-me de beber”. Ele está aí, Ele me/te/nos conhece completamente e nos acolhe e ama incondicionalmente. Por isso é que podemos dizer “sim” ao chamado ministerial que Jesus faz a toda pessoa batizada! Por isso é que podemos sair, podemos vencer nossos medos e  podemos contar para outras pessoas o que vivenciamos nesta igreja. Que Deus, Nosso Pai Materno, presente na beleza deste universo infinito e deste planeta abençoado. Que Deus, Jesus Cristo, Palavra feita gente entre a gente, presente no rosto de cada pessoa, em especial daquelas mais pobres e vulneráveis. Que Deus Espírito Santo, Divina Ruáh, Ventania da Vida e da Missão, esteja em cada pessoa, em todo lugar, intervindo em toda realidade, e gerando entre nós um mundo melhor. Amém.  

+ Humberto Maiztegui Gonçalves - Bispo Diocesano 

domingo, 10 de junho de 2018

Carta Pastoral ao 126º Concílio Diocesano

Carta Pastoral ao 126º Concílio da Diocese Meridional da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil – Paróquia do Redentor – 8 a 10 de Junho de 2018.

Estamos reunidas, reunidos, para esta assembleia conciliar no contexto do Centenário da Paróquia do Redentor, aqui na Cidade Baixa em Porto Alegre. Esta comunidade e este local onde está inserida apresentam grandes desafios para o futuro.  O 34º Sínodo da nossa Igreja Episcopal Anglicana do Brasil também deixa importantes desafios para o futuro. Qual será nossa contribuição como parte da Igreja Católica de Cristo, como instrumento da Missão de Deus no mundo?
 Deus em Cristo, através da ação do Espírito Santo, Ventania de Vida e Missão, já nos inspirou com o tema e lema deste Concílio: “Igreja Viva, Comunidade Acolhedora” e, tomado da profecia de Jeremias: “Há uma esperança para o teu futuro, diz o Senhor” (Jr 31.17a).
Igreja Viva é, segundo nos ensina o testemunho das primeiras comunidades, é Igreja de Pedras Vivas, edificadas sobre a Pedra Angular de Nosso Senhor Jesus Cristo (1 Pedro 2.4-5). A Igreja é o povo que vive a fé em Cristo! Portanto, ser Igreja Viva, é viver buscando permanentemente, perseverantemente e comprometidamente realizar a vontade e amor de Cristo nas nossas vidas e nas vidas de outras pessoas. Onde estão estas pessoas com as quais nossas vidas se conectam em Cristo? O que Deus nos pede através delas?
Tenho conhecido diversas pessoas que chegaram a nossas comunidades. Pessoas sozinhas, famílias, casais, pessoas em grupos, pessoas abandonadas. Todas essas pessoas estão buscando, na nossa igreja, um lugar bom e seguro. Uma Igreja Viva não pode ter medo de outras pessoas e dos desafios que elas apresentam. Ser Igreja Viva vai além da busca da própria comodidade ou facilidade. Igreja Viva é aquela que se joga por fé nas mãos do Senhor. Igreja Viva é aquela que se deixa construir pelos desafios da Missão a partir da Pedra Viva Angular, e na Sua Graça se constrói com Pedras Vivas, que são evidências do Seu Amor, e instrumentos do Seu Reino.
Comunidade Acolhedora, no testemunho das primeiras comunidades cristãs, é a “casa”. Em grego “oikos” de onde se deriva o termo “oikoumene” ou “ecumenismo”, e até no sentido maior, o planeta como “Casa Comum”. A primeira comunidade acolhedora foi a casa das irmãs Marta, Maria e seu irmão Lázaro (Lucas 10.38; João 12.1-3). Esta casa serviu de inspiração para a Sede das Filhas do Rei em nossa Diocese. As primeiras comunidades acolhedoras foram casas, como afirma o testemunho de Lucas em Atos dos Apóstolos: “Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração” (Atos 2.46b).
Se nossa Igreja não fizer que as pessoas se sintam “em casa” não será uma comunidade acolhedora. Se sentir em casa, como vocês bem sabem, é se sentir bem-vindas, amadas, fazendo parte da partilha sem distinção!
Mas, ser comunidade acolhedora, é também criar comunhão entre as nossas casas e a casa de Deus, que é a Igreja. Cresce entre nossas comunidades a prática de celebrações, orações e estudos bíblicos nas casas! Esta prática deveria ser tão importante para nós quanto a celebração dominical nos nossos templos! Quando somos comunidade acolhedora, quem não tem casa encontra um lugar onde se sentir em casa, e encontra as forças na busca por um lar. Quando somos comunidade acolhedora, quem tem casa, vive em nossas comunidades a extensão de seu convívio humano e familiar.
Então voltamos ao lema que o profeta Jeremias profetizou para o povo de Deus: “há uma esperança para o tu futuro”. E quando o profeta disse isso o povo não estava bem. Muito pelo contrário! Toda a elite dirigente do seu país, que era referência em todas as áreas da vida social, econômica e política, tinha sido levada para o exílio na Babilônia. Ele próprio, por denunciar a maldade dos usurpadores do poder, foi jogado dentro de um poço e deixado para morrer.  O povo pobre, nem a elite exilada, enxergava uma saída em curto prazo. Parecia tudo perdido!
Nós vivemos uma crise total no Brasil. Por um lado, esta crise é fruto de um sistema econômico, social, político e até cultural, completamente injusto e desigual, que promove a corrupção em todos os níveis, e promove o ódio, promove o desprezo contra as pessoas pobres, trabalhadoras, historicamente excluídas e discriminadas.
A nossa Igreja Episcopal Anglicana do Brasil está sendo chamada fortemente e claramente para ser sinal do amor e da justiça de Deus nestes tempos. Este chamado não é fácil, mas é nosso. E como na época de Jeremias, se paga um alto preço pela palavra profética! O próprio Jeremias desejou não ter nascido!
Seja aquele homem como as cidades que o Senhor destruiu sem piedade. Que ele ouça gritos de socorro pela manhã, e gritos de guerra ao meio-dia; pois ele não me matou no ventre materno nem fez da minha mãe o meu túmulo, e tampouco a deixou permanentemente grávida. Por que saí do ventre materno? Só para ver dificuldades e tristezas, e terminar os meus dias na maior decepção? (Jeremias 20.16-18).
Cargas pesadíssimas de nosso passado. Cargas que são fruto de uma administração negligente e desorganizada. Cargas que, mesmo tentando tomar medidas de eficiência, organização e controle, não nos isentam de cometer erros. Vivemos ainda com o peço diário de saber que ainda estamos longe de uma “solução”. Isso é cansativo e frustrante para todas e todos nós, em todos os níveis de nossa diocese.
Mas, a voz profética de Jeremias, ecoa entre nós! Jeremias nos lembra de que este povo já foi libertado através do deserto e assim Deus fará de novo (Jeremias 31.1-9). E nos versículos que antecedem ao lema deste Concílio, diz claramente que os reunirá como um Pastor reúne seu rebanho! (31.10).  Então, a alegria superará a tristeza, e a fartura substituirá a miséria, e enfim o grito das mães que perderam suas crianças assassinadas (o grito de Ramá, em 31.15) desaparecerá!
Por isso é que há esperança para o futuro. Igreja Viva, Comunidade Acolhedora, com esperança no seu futuro é aquela que deixa Jesus a pastorear, aquela que vence o medo, aquela que dispõe a segui-lo pelo deserto, aquela que se entrega alegremente ao seu amor e seu poder.
Queridas irmãs e irmãos, que ouvem estas palavras aqui no Concílio e em cada uma de nossas comunidades, repitam comigo: “Há uma esperança para o teu futuro, diz o Senhor”!
Somos a Igreja Viva, em comunhão com toda nossa Igreja Episcopal Anglicana do Brasil e seu desafio missionário inclusivo, seguindo as cinco marcas da Missão na Comunhão Anglicana? Então, digamos juntas e juntos: “Há uma esperança para o teu futuro, diz o Senhor”.
Somos comunidades acolhedoras, em comunhão com todas as pessoas que buscam uma casa de irmãs e irmãos em Cristo, em diálogo e partilha ecumênica, inter-religiosa, amorosa, inclusiva, participativa, profética?  Então digamos: “Há uma esperança para o teu futuro, diz o Senhor”.
Que a Santíssima Trindade, Pai Materno, Palavra Encarnada em Jesus Cristo, Espírito Santo que é Ventania de Vida e Missão, nos capacite e anime a viver a fé através de nosso jeito anglicano de ser, no amor que une, na fé que nos sustenta, na justiça que nos desafia, na paz que nos espera. Por que hoje afirmamos que: “Há uma esperança para o teu futuro, diz o Senhor”. Amém.

Bispo Humberto Maiztegui Gonçalves

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Diocese Meridional realiza 126º Concílio


Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB)
Diocese Meridional
CXXVI CONCÍLIO DIOCESANO

A Diocese Meridional, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil (IEAB), realiza neste final de semana (8, 9 e 10 de junho) o seu 126º Concílio Diocesano. 
Com o lema “Há esperança para o teu futuro”, inspirado no livro de Jeremias 31.17, e o tema “Igreja Viva, Comunidade Acolhedora”, o Concílio reflete a missão terapêutica da Igreja, que busca defender a vida e sempre acolher as pessoas na vida comunitária.
Cada comunidade é oficialmente representada no Concílio por uma delegação, mas a assembleia é aberta para a participação de visitantes ecumênicos e todas as pessoas da Igreja que desejam acompanhar os trabalhos e congregar nos momentos de celebração. 
As celebrações de abertura e encerramento são, tradicionalmente, bem participativas, contando com a presença de visitantes. 
Toda a programação do Concílio se dará nas dependências da Paróquia do Redentor, Rua José do Patrocínio, 570, Cidade Baixa, Porto Alegre / RS.
A cerimônia que abrirá o 126º Concílio, com leitura da Carta Pastoral do Bispo Diocesano, Humberto Maiztegui Gonçalves, será na sexta-feira, as 19:30 horas.
A celebração de encerramento está marcada para as 14:00 horas do domingo, dia 10. A pregadora será a Revma. Bispa Marinez Rosa dos Santos Bassotto, da Diocese Anglicana da Amazônia.